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04/Mai/2016 - 00h00

Brumado: Sem a Fiol, moradores de Ubiraçaba migram para o corte de cana

Brumado: Sem a Fiol, moradores de Ubiraçaba migram para o corte de cana Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

Em entrevista ao site Brumado Notícias, a lavradora aposentada Marizete Santos disse que o Distrito de Ubiraçaba parece um lugar fantasma, se referindo ao atual momento vivido na localidade, após a paralisação das obras da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol). A dona de casa declarou que a paralisação da obra jogou a comunidade em um poço de esquecimento, tanto que, segundo ela, até a unidade básica de saúde da comunidade está sem médico para atender os moradores. Para a aposentada, o pior é conviver com a ausência dos filhos, que foram obrigados a se mudar para a cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, para trabalhar no transporte de cana. O marido, José Altino de Almeida, também aposentado, disse a nossa reportagem que com a suspensão das obras ocorreu uma grande migração na localidade. “De homem aqui ficaram apenas os aposentados e quem tem emprego na prefeitura. Os demais estão sendo obrigados a passar de seis meses a um ano fora de casa, nos cortes de cana, para garantir o sustento da família”, contou ele. 

Brumado: Sem a Fiol, moradores de Ubiraçaba migram para o corte de cana Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

O morador também lamenta a saída dos filhos do seio familiar. “Era outra Ubiraçaba na época da Fiol. Tínhamos médico no posto de saúde, tinha circulação de dinheiro no mercado local, as donas de casa ganhavam dinheiro como lavadeiras e domésticas nas casas. Mas agora tudo parou”, descreveu. Mesmo com o momento desfavorável, o casal não perde a esperança da retomada da obra, que promete ser o divisor de águas no progresso do estado. “Temos esperança de ver tudo voltar e dessa forma não termos mais o medo e a preocupação com os nossos filhos que hoje precisam sair para o mundo em busca do pão de cada dia. Deus vai ouvir as nossas preces, vai tocar o coração dos nossos governantes e essa obra voltará para reanimar a nossa comunidade”, afirmaram os aposentados, ao se despedirem dos filhos à beira do caminhão. No distrito, é comum a imagens dos moradores carregando suas bagagens e saindo da região para buscar o sustento nos cortes de cana e lavouras no sul do país.

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