Achei Sudoeste
Achei Sudoeste
20/Ago/2014 - 13h30

Brumado: Escola mantém aula um dia após morte de aluno e revolta funcionários e estudantes

Brumado: Escola mantém aula um dia após morte de aluno e revolta funcionários e estudantes Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

Professores e alunos do Centro Municipal de Educação Agamenon Santana (CMEAS), em Brumado, voltaram às aulas na manhã desta quarta-feira (20), mesmo após o assassinato do estudante Carlos Vicente, de 15 anos, ocorrido na noite de ontem (19). O jovem estava uniformizado na porta da unidade escolar com outros colegas, que por pouco não foram atingidos pelos tiros. O retorno às aulas em menos de 24 horas depois do homicídio causou estranheza entre populares, que esperavam um dia de luto em memória do aluno. Nas redes sociais, vários alunos se manifestaram contra a direção da escola e a secretaria municipal de educação. 

Brumado: Escola mantém aula um dia após morte de aluno e revolta funcionários e estudantes Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

O site Brumado Notícias compareceu ao CMEAS, mas a direção se recusou a conceder entrevista e impediu nossa equipe de entrar no prédio. Sabendo da presença da nossa reportagem, os alunos abandonaram as salas de aula e realizaram um protesto no pátio da escola. Por cima do portão de entrada nos foi entregue uma folha de caderno na qual os colegas de Vicente externaram o pesar pela morte do amigo. Além disso, na porta do centro de ensino, um cartaz preto indicava o luto, porém alguns pais questionaram a validade do mesmo. “Se está de luto porque está funcionando, isso não é luto, é tapeação”, disseram. Um dos pais denunciou que traficantes estão se disfarçando de alunos para vender drogas dentro do prédio. Esta não é a primeira vez que a escola aparece nas páginas do noticiário policial no município. Em março deste ano, a direção puniu com suspensão vários alunos após uma briga generalizada dentro do prédio. Já em julho de 2013, foi registrada uma tentativa de homicídio contra um aluno, também na porta da escola. Na ocasião, um guarda municipal quase foi alvejado. As marcas dos disparos continuam desde então na parede da escola. 

Brumado: Escola mantém aula um dia após morte de aluno e revolta funcionários e estudantes Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias

Gilvan Moreira, diretor da APLB-Sindicato, e professor no CMEAS falou que partiu da secretaria municipal de educação a decisão de não suspender as aulas. “Está faltando sensibilidade da nossa secretaria. Às vezes ficamos de luto por pessoas que nem conhecemos, mas por fazerem parte do alto escalão são lembradas pelas autoridades locais e respeita-se o luto. Mas como é que um aluno é assassinado a tiros diante dos colegas na porta da escola e não se suspende as aulas no dia seguinte? Nem 24 horas se passaram e a escola está em pleno funcionamento como se nada tivesse acontecido. Isso é o absurdo da frieza de coração e da falta de solidariedade”, declarou Gilvan. O delegado Marcos Torres disse a reportagem do jornal Correio da Bahia que o estudante morto já era investigado por suspeita de tráfico e participação em um estupro ocorrido durante a greve da polícia militar em abril deste ano. A nossa reportagem tentou contato com a secretária de educação, mas não obteve êxito.

Comentários

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Achei Sudoeste. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.

Camila Bastos
É nessa hora que o povo tem que ir pra rua protestar.Falta de respeito, independente do que for era aluno da instituição. Se fosse um professor será que seria um dia normal pra escola?
Maria Amélia
Se fosse filhinho de papai teria suspendido as aulas!

Deixe seu comentário

Mais notícias

Arquivo