O cenário está dado. Para o setor de infraestrutura, 2016 deverá ser um ano tão ou mais complicado que 2015. Na avaliação dos especialistas, o estrangulamento dos cofres públicos continuará a travar os investimentos sobre as grandes obras, o que só tende a agravar o cenário, porque adia a conclusão dos projetos e, consequentemente, aumenta os custos dos projetos. “Os indicadores apontam que o primeiro trimestre de 2016 poderá ser o pior da história da República. A maioria das empresas que deu férias coletivas neste fim de ano não vai conseguir fazer com que seus funcionários voltem ao trabalho em março”, avalia Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie). “O País poderá encolher 6,5% no biênio 2015/2016, pressionando a inadimplência, o endividamento e o desemprego. É o pior resultado desde 1931”. Para o secretário-geral da organização Contas Abertas, Gil Castello Branco, os desdobramentos da Operação Lava Jato, que levaram à prisão dos presidentes e diretores das maiores empreiteiras do País, complicaram a situação do setor de infraestrutura, mas não podem ser entendidos como a causa central do problema. “Atribuir à Lava Jato esse cenário é algo absolutamente falso. As empresas continuam recebendo, sem nenhuma restrição. Elas não estão impedidas de receber recursos públicos, nem foram consideradas inidôneas até hoje. Todas podem seguir nos contratos e até celebrar aditivos, só que não conseguem porque o País parou. O que estamos vendo é retração econômica pura”, avalia Gil. As informações são do Estadão.