Um pequeno elefante branco e mais uma grande frustração de R$ 150 mil para os produtores de algodão está abandonada no tempo há dez anos, no distrito de Ubiraçaba, em Brumado. A usina de beneficiamento de algodão da localidade, construída com dinheiro do estado e uma pequena contrapartida do município, seria um divisor de águas para os produtores de algodão da região. O projeto piloto e único em todo o estado não decolou e a usina nunca foi utilizada para sua finalidade. O site Brumado Notícias esteve na usina localizada na área da sede da associação comunitária do distrito e registrou todo o galpão sofrendo com a ação do tempo, bem como o caro maquinário adquirido para beneficiar o algodão e formar fardos de pluma. 

Vice-presidente da associação comunitária, Gilberto Sobrinho, o Pelé, disse a nossa reportagem que as máquinas foram ligadas uma única vez apenas para testes. O líder comunitário relatou que, na época da sua inauguração, havia uma grande expectativa com o empreendimento, mas logo a mesma virou frustração. Segundo ele, mesmo com os esforços dos órgãos estaduais, a usina, que tem capacidade de produzir fardos de 115 kg de plumas, nunca funcionou, pois o mercado exigia fardos com quase o dobro do peso que seria produzido na localidade. 

No entanto, Pelé ponta que, além da questão envolvendo o mercado financeiro, faltaram também ações políticas e união dos produtores para captar recursos e mecanismos para o funcionamento da usina. Frederico Neves, atual secretário municipal de agricultura, que na época era gerente de escritório da EBDA e esteve à frente do projeto, destacou que a alternância de governo na ocasião também foi um agravante que impediu o funcionamento da usina. Neves acrescentou que, além dos prejuízos relatados, houve a perda de uma grande mão de obra qualificada para os trabalhos na tecelagem na região. O secretário afirmou que acredita que um dia a usina possa ser ativada para atender o seu objetivo.